Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e
submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados,
permanecer em regime de
plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço
durante o período de descanso.
O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos
pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de
sobreaviso.
O art.
244 da CLT estipula que as estradas de ferro tenham empregados
extranumerários, de sobreaviso e de prontidão, para executarem serviços
imprevistos ou para substituição de empregados que faltem à escala
organizada.
Embora o referido dispositivo dispõe especificamente
sobre os empregados que
trabalham em estradas de ferro, o regime de sobreaviso poderá ocorrer
para qualquer outra empresa, independentemente da atividade
desenvolvida.
A súmula
428 do TST (alterada pela Resolução
TST 185/2012) estendeu, por analogia, o entendimento extraído do art. 244 da CLT.
SÚMULA N.º 428. SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012)I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
Uma vez configurada tal situação a empresa é obrigada a
remunerar o empregado que esteve à sua disposição, ainda que a chamada para o
serviço não venha acontecer, ou seja, mesmo estando em casa ou em local distante aguardando o
chamado, deverá ser remunerado pelo tempo que ficou em sobreaviso.
EXTRANUMERÁRIO
Considera-se "extranumerário" o empregado não efetivo,
candidato à efetivação,
que se apresentar normalmente ao serviço, embora só trabalhe quando for
necessário. O extranumerário só receberá os dias de trabalho efetivo.
DEMAIS PROFISSÕES
No caso das demais profissões, as autoridades
administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, analogia, por
equidade e outros princípios e normas gerais do direito, principalmente do
direito do trabalho e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito
comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular
prevaleça sobre o interesse público.
ESCALA DE
SOBREAVISO
Cada escala de "sobreaviso" será de, no máximo, 24 horas,
consoante o § 2º do art. 244 da CLT.
REMUNERAÇÃO DO SOBREAVISO
Ressalvado o disposto no art. 244, §2o da CLT, inexiste
legislação específica que estabeleça critérios para a fixação da remuneração
devida ao empregado em regime de sobreaviso. Assim, a remuneração das horas de
sobreaviso será remunerada à razão de 1/3 do salário hora normal.
Exemplo
Empregado permaneceu em regime de sobreaviso por 6
horas.
Salário hora normal = R$ 12,00
Salário hora de sobreaviso = R$ 12,00 ÷ 3 = R$ 4,00 (1/3 da hora normal)
Valor devido ao empregado = R$ 4,00 x 6 = R$ 24,00
Salário hora de sobreaviso = R$ 12,00 ÷ 3 = R$ 4,00 (1/3 da hora normal)
Valor devido ao empregado = R$ 4,00 x 6 = R$ 24,00
Assim como todo adicional, sobre o valor das horas
sobreaviso há a incidência do reflexo do descanso
semanal remunerado. Considerando os valores acima em um mês com 25 dias
úteis e 5 domingos/feriados, o DSR sobre as horas sobreaviso seria:
DSR = (Valor horas sobreaviso) x
domingos/feriados
dias úteis
DSR = (R$ 24,00) x 5 → DSR = R$ 3,84
25
Nota: É imprescindível que o
empregador discrimine na folha de pagamento o valor do sobreaviso separadamente
do DSR, sob pena de ter que pagar novamente, pois vários direitos englobados num
único caracteriza salário complessivo, conforme Súmula
91 do TST.
ACORDO COLETIVO
O regime de sobreaviso poderá constar de cláusula de
acordo coletivo. Na hipótese de não constar, o empregador poderá, no
momento da admissão do empregado, incluir cláusula no contrato de trabalho com
as seguintes condições:
1) Informar que, se a
atividade da empresa o exigir, o empregado exercerá a função em regime de
sobreaviso, prevendo, inclusive, a possibilidade de prestação de serviço em
outra localidade;
2) Remuneração de 1/3 do
salário normal, das horas em regime de sobreaviso e as efetivamente trabalhadas
de acordo com o salário normal;
3) Além do ajuste escrito,
deve-se proceder às respectivas anotações no livro ou ficha de registro de
empregados.
OUTROS PRECEITOS RELATIVOS À DURAÇÃO DO TRABALHO
Os preceitos legais pertinentes a duração do trabalho
(horas extras, jornada noturna e intervalos entre e intrajornada) serão
considerados em relação às horas efetivamente trabalhadas.
CONVOCAÇÃO DO TRABALHADOR EM SOBREAVISO
Se o empregado em regime de sobreaviso é convocado para
trabalhar, interrompe-se o regime de sobreaviso e o período de trabalho efetivo
é pago de acordo com o seu salário.
Se já cumpriu a jornada normal de trabalho, as horas
trabalhadas são consideradas como extras e deverão ser pagas com acréscimo de no
mínimo 50% sobre a hora normal.
Se convocado para executar trabalho em horário noturno,
paga-se o adicional de 20% sobre a hora normal.
Exemplo 1
Empregado, com salário hora de R$ 10,50, está em regime
de sobreaviso desde às 08:00 horas e é convocado para o trabalho às 11:00 horas,
permanecendo no trabalho até às 16:00 horas. Volta para casa, ainda sob a
condição de ser convocado até às 18:00 horas:
-
Horas sobreaviso: 08:00 às 11:00 e das 16:00 às 18:00 = 05:00 horas
-
Horas trabalhadas: 11:00 às 16:00 = 04:00 horas (considerando 1:00 hora de intervalo para refeição)
Neste caso o empregado terá a seguinte
remuneração:
-
Horas sobreaviso: Salário hora normal ÷ 3 x nº horas sobreaviso
R$ 10,50 ÷ 3 x 5h
R$ 17,50
-
Horas trabalhadas: Será pago o valor da hora normal pela quantidade de horas trabalhadas, já que não se trata de jornada extraordinária.
R$ 10,50 x 4h
R$ 42,00
Nota: Sobre o valor da hora sobreaviso há a
incidência do reflexo do descanso semanal remunerado (DSR).
Exemplo 2
Empregado, com salário hora de R$ 10,50, após cumprir seu
horário normal de trabalho, entra em regime de sobreaviso à partir das 18:00
horas. Convocado para o trabalho às 19:30 horas, permanece até às 21:30 horas
quando encerra definitivamente sua jornada de trabalho.
-
Horas sobreaviso: 18:00 às 19:30 = 01:30 horas
-
Horas extras trabalhadas: 19:30 às 21:30 = 02:00 horas
Neste caso, considerando que o acréscimo da hora extra
seja de 50% sobre o valor da hora normal, o empregado terá a seguinte
remuneração:
-
Horas sobreaviso: Salário hora normal / 3 x nº horas sobreaviso
R$10,50 ÷ 3 x 1,5h (horas
centesimais: 1:30hs normais = 1,5hs centesimais)
R$ 5,25
-
Horas trabalhadas: Salário hora normal x nº horas extras + % acréscimo hora normal
(R$10,50 x 2) + 50%
R$ 21,00 + 50%
R$ 31,50
Nota: Sobre os respectivos
adicionais há a incidência do reflexo do descanso semanal remunerado (DSR) com
base no número de dias úteis e nos domingos/feriados do mês .
CONDIÇÕES
Quando o empregado permanece em regime de sobreaviso, ou
seja, aguardando ser chamado para o serviço, normalmente utiliza-se algum
sistema para esse fim, como por exemplo o bip, o telefone celular, e-mail ou
outras formas de comunicação, que facilitam o contato entre empregador e
empregado e possibilitam a convocação deste para o trabalho.
É importante ressaltar que vantagens recebidas pelo
empregado como utilização de celular que é usado para o trabalho e também para
fins particulares, com despesa total paga pelo empregador, considera-se
prestação in natura ou salário-utilidade, valor o qual passará a compor o
salário total do empregado.
Para maiores detalhes acesse o tópico salário
in natura ou utilidade.
INCIDÊNCIAS
As parcelas pagas de sobreaviso serão incluídas nos
cálculos da contribuição à Previdência Social, de depósitos ao FGTS e, se for o
caso, de retenção do Imposto de Renda na Fonte.
JURISPRUDÊNCIAS
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - DESCABIMENTO. HORAS
DE SOBREAVISO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MULTA POR EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
PROTELATÓRIOS. O Recorrente insurge-se contra o acórdão regional, alegando, em
síntese, que não há prova real da alegação do Recorrido de que laborava em
sobreaviso, sendo que a decisão desrespeitou as regras de distribuição do ônus
da prova. Acrescenta que jamais houve a exigência de que o Recorrido
permanecesse na sua residência aguardando ser chamado, o que descaracteriza o
regime de sobreaviso. Consta do acórdão (fl. 23 dos autos físicos): "A prova
testemunhal afirma que o reclamante era chamado para realizar manutenção em
domingos e feriados na reclamada. Extrai-se da prova oral, também, que havia
escala de revezamento do regime de sobreaviso e que desta fazia parte o autor.
Ressalto que as horas referentes às escalas de sobreaviso, ou seja, os períodos
em que o reclamante ficava aguardando ser chamado para trabalhar, por óbvio, não
eram assinalados nos cartões de ponto, máxime porque, no regime de sobreaviso,
não há a efetiva prestação do labor. Entretanto, as referidas horas deveriam ser
registradas nas escalas de sobreaviso ou documento com esta finalidade, as quais
não foram juntadas aos autos pela reclamada. Por outro lado, não há nos autos
nenhuma prova a corroborar a tese da reclamada, motivo pelo qual tenho como
razoáveis a maioria dos parâmetros utilizados na sentença a quo para fixação do
quantitativo de horas de sobreaviso, devendo, entretanto, ser excluídas as horas
trabalhadas e pagas ao reclamante do respectivo cálculo. Assim, considerando que
o reclamante cumpria 6 plantões mensais e que já recebia pelas horas
efetivamente trabalhadas, fixo em 96 o número de horas de sobreaviso mensais
(24h-8h x 6 dias), a serem pagas no importe de 1/3 da hora normal. A Turma
Regional, atenta às regras de distribuição do ônus da prova, decidiu a matéria
em conformidade com a realidade fática extraída dos autos, estando a conclusão
em sintonia com o disposto no artigo 244, § 2º, da CLT, não se vislumbrando,
assim, ofensa à literalidade deste nem dos demais preceitos indigitados. Também
não se observa contrariedade à Súmula 428/TST, pois esta trata de circunstâncias
distintas daquelas verificadas nos presentes autos. ( AIRR -
797-06.2012.5.18.0009 , Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan
Pereira, Data de Julgamento: 02/10/2013, 3ª Turma, Data de Publicação:
04/10/2013).
RECURSO DO
RECLAMANTE SOBREAVISO. POSSIBILIDADE DE CHAMADOS EMERGENCIAIS. O sobreaviso
configura-se quando o empregado não está trabalhando nem inteiramente à
disposição, mas está sempre predisposto a ser chamado a qualquer momento para
atender as demandas da ré. A possibilidade de chamado em razão de reparos
emergenciais na rede no fim de semana demonstra a restrição da liberdade do
trabalhador, o que leva ao direito às horas de sobreaviso. RECURSO DA 2ª
RECLAMADA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. TERCEIRIZAÇÃO. ATIVIDADE DE TELEFONIA.
1. Inadimplente a empresa empregadora no que concerne às obrigações
trabalhistas, a tomadora de serviços deve ser condenada subsidiariamente para
efetuar o pagamento dos créditos dos empregados. 2. Não basta contratar empresas
para prestação de serviços e deixar seus empregados sem situação definida, sob
pena de restar caracterizada a culpa in eligendo. É preciso que haja a
escolha de empresa idônea com saúde financeira estável e deve exi... (TRT 17ª
R., RO 0118600-90.2011.5.17.0132, Rel. Desembargador Marcello Maciel Mancilha,
DEJT 20/09/2012 ).
HORAS DE SOBREAVISO. USO DE APARELHO CELULAR. A recorrente
pretende a reforma da decisão recorrida, argumentando que o fato de o empregado
poder ser chamado para trabalhar por telefone celular, bip, rádio ou qualquer
outro meio de comunicação não configura o regime de sobreaviso. O uso de
aparelho celular não configura o regime de sobreaviso, pelo fato de o empregado
não permanecer em sua casa aguardando o chamado para o serviço, podendo, pois,
deslocar-se livremente ou até dedicar-se a outra atividade em seu período de
descanso. A propósito, a matéria em discussão acabou por ser pacificada no
âmbito desta Corte, com a edição da nova Súmula nº 428 do TST (que resultou da
conversão da Orientação Jurisprudencial nº 49 da SBDI-1), alterada,
posteriormente, por ocasião da -Semana do TST-, que resultou em nova redação que
lhe foi conferida pela Resolução nº 185/2012 desta Corte, publicada no Diário de
Justiça Eletrônico, divulgado nos dias 25, 26 e 27 de setembro de 2012. (...). A
primeira testemunha disse que "a empresa trabalhava em regime de sobreaviso,
esclarecendo que sobreaviso é quando o empregado fica em casa aguardando o
chamado do chefe; que o depoente e o Reclamante trabalharam em regime de
sobreaviso, e o horário de sobreaviso era das 20:00 às 07:00 horas da manhã do
dia seguinte; que no ano o depoente já foi chamado muitas vezes para prestar
serviço quando estava de sobreaviso, mas não sabe informar se o Reclamante
também já foi acionado quando estava de sobreaviso; que o depoente não podia
sair de sua residência quando estava de sobreaviso, mas podia ser acionado por
telefone fixo quanto pelo celular;" A segunda testemunha declarou que "o
depoente ficava de sobreaviso, após a jornada normal de trabalho, das 20:00 às
07:00 horas; que o sobreaviso poderia ocorrer durante a semana ou nos fins de
semana; que no sobreaviso o depoente permanecia em sua residência ou no hotel
quando estava "deslocado"; que o depoente não foi acionado multas vezes quando
de sobreaviso; que o depoente era acionado através de telefone fixo; que o
Reclamante também ficava de sobreaviso; que quando o depoente estava de
sobreaviso não podia sair de casa, "que a gente já sabia que não podia sair";
que o depoente nunca se encontrou com o Reclamante, quando o mesmo estava de
sobreaviso;'. Na hipótese, o Regional entendeu ser devido o pagamento das horas
em sobreaviso, em razão dos depoimentos das testemunhas, no entendimento de que
o reclamante trabalhava em regime de sobreaviso, desse modo o empregado era
obrigado a ficar em casa aguardando o chamado do chefe. Permanece intacto o
artigo 244, § 2º, da CLT. Por outro lado, estando a decisão recorrida em
consonância com a jurisprudência sedimentada nesta Corte, por meio da Súmula nº
Súmula nº 428 do TST (resultado da conversão da Orientação Jurisprudencial nº 49
da SBDI-1), mostram-se superados os arestos colacionados, nos termos da Súmula
nº 333 do TST e do artigo 896, § 4º, da CLT. Não conheço do recurso. ( RR -
67000-10.2007.5.05.0195 , Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de
Julgamento: 25/09/2013, 2ª Turma, Data de Publicação: 04/10/2013).
DIREITO DO
TRABALHO. HORAS DE SOBREAVISO. UTILIZAÇÃO DE APARELHO CELULAR. NÃO CONFIGURAÇÃO.
A utilização de aparelho celular pelo empregado, por si só, não permite que seja
considerado que o mesmo estivesse em regime de sobreaviso, uma vez que tal
aparelho não é considerado como limitador da liberdade de locomoção do
trabalhador, não tendo o empregado que obrigatoriamente permanecer em sua
residência aguardando, a qualquer instante, convocação para o serviço, nos
termos da Súmula n. 428 do TST. (TRT 17ª R., 0067600-53.2011.5.17.0002, Rel.
Desembargadora Wanda Lúcia Costa Leite França Decuzzi, DEJT 29/08/2012 ).
EMBARGOS REGIDOS
PELA LEI Nº 11.496/2007. HORAS DE SOBREAVISO - USO DE BIP OU APARELHO CELULAR -
SUBMISSÃO À ESCALA DE ATENDIMENTO - SÚMULA Nº 428 DO TST. O acórdão da Turma,
transcrevendo a decisão regional, dispôs que a Corte de origem considerou
caracterizado o regime de sobreaviso, amparando-se não apenas na utilização do
uso do aparelho celular, mas na constatação, extraída do conjunto probatório, de
que o reclamante permanecia, efetivamente, à disposição do empregador fora do
horário normal de trabalho, uma vez que estava submetido à escala de
atendimento, devendo permanecer pronto para a chamada. Ademais, o Regional
destacou que o empregador pagava algumas horas de sobreaviso - o que comprova o
caráter incontroverso da existência das citadas horas de sobreaviso decorrentes
da escala à qual estava submetido o reclamante - mas não todas. Observa-se,
então, que a decisão da Turma está em consonância com o disposto na Súmula nº
428 do TST, in verbis: -O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP,
-pager- ou aparelho celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime
de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência
aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço-. Destarte, a
condenação do reclamado ao pagamento de horas de sobreaviso não decorreu
unicamente da utilização de bip ou celular pelo reclamante, mas do fato de que
ele estava submetido a escalas de atendimento. Segundo registrou o Regional, a
liberdade do reclamante de livre disposição das horas de descanso, nos
intervalos interjornadas e repousos compulsórios, era limitada. Portanto, se a
restrição da liberdade do reclamante não se dava apenas pela utilização de
aparelho de intercomunicação, não se verifica contrariedade à invocada Súmula nº
428 do TST, mas sim em consonância com seu texto. Por outro lado, os arestos
colacionados pelo reclamado não estabelecem o pretendido dissenso de teses, por
não retratarem aspecto fático idêntico ao consignado no acórdão regional, qual
seja a existência de escalas de atendimento e tolhimento da liberdade de dispor
livremente das horas de folga do reclamante, não possuindo a especificidade
exigida pela Súmula nº 296, item I, do TST. Embargos não conhecidos." (Processo:
E-ED-RR - 3843800-92.2009.5.09.0651, data de julgamento: 23/8/2012, Redator
Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, data de publicação: DEJT 7/1/2013).
EMENTA RECURSO ORDINÁRIO. HORAS À DISPOSIÇÃO. ART. 4º DA
CLT. SOBREAVISO. Aplicação analógica do art. 244, parágrafo 2º, da CLT. Há
confissão do preposto. O recorrente permanecia à disposição da recorrida aos
sábados, no horário usual. Recurso que é provido parcialmente. DECISÃO por
unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso ordinário para condenar
a recorrida a pagar, ao autor, as horas dos sábados, como sobreaviso, e
as diferenças consequentes, como se apurar, nos termos da fundamentação. Juros e
correção monetária na forma da Lei (índice do 1º dia útil do mês subsequente ao
da prestação de serviços). Contribuição previdenciária e imposto de renda
calculados e recolhidos conforme o Provimento e jurisprudência assente. Custas
em reversão. O reclamante é beneficiário da justiça gratuita. NÚMERO ÚNICO PROC:
RO01 - 00846-2005-446-02-00. RELATOR CARLOS FRANCISCO BERARDO - TRT 2ª -
09/06/2006.
EMENTA: SOBREAVISO. A Orientação
Jurisprudencial n. 49 da Egrégia SBDI-1 do Colendo TST giza: "Horas Extras. Uso
do BIP. Não caracterizado o sobreaviso". ...O uso do aparelho BIP pelo
empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma vez que
o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento,
convocação para o serviço". Pode- se discutir se o telefone celular e o telefone
fixo estariam inseridos ou não, na mesma conclusão. O importante, em todo caso,
é verificar se o uso desses dois últimos aparelhos exige a presença do empregado
em sua residência, fora do seu expediente de trabalho, inclusive nos finais de
semana, hipótese na qual se poderia até admitir a aplicação analógica das horas
de sobreaviso dos ferroviários, previstas no art. 244 da CLT, ao caso
concreto. Todavia, exsurgindo do conjunto probatório a confissão da autora no
sentido de que não era obrigada a permanecer em sua residência, de prontidão, as
disposições do artigo 244, parágrafo 2o. da CLT, não podem ser aplicadas
analogicamente porque a situação nele prevista é diversa da hipótese em exame,
tendo em vista que o ferroviário é obrigado a permanecer em sua residência
aguardando eventual chamada para o serviço. Recurso a que se dá
provimento.NÚMERO ÚNICO PROC: RO - 00429-2006-050-03-00-0. RELATOR Júlio
Bernardo do Carmo. DJMG 18-11-2006.
Base legal: art.
244 da CLT;
Súmula
428 do TST e os citados no texto.
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